A transformação do mercado musical na quarentena

A quarentena obriga os artistas da música a fazerem uma mudança radical no seu trabalho e se adaptarem à nova realidade.

Hoje eles se reinventam a cada dia e além de cantores, se tornaram os apresentadores de seus próprios shows, graças as lives.

As transmissões onlines obtiveram até agora uma forte audiência, da qual possibilita uma leitura diferente da que se tinha sobre o público consumidor de música brasileiro. Um estudo feito pelas gravadoras do Brasil mostra que as lives revolucionaram a maneira de se consumir músicas.

O consumo do Spotify caiu significativamente, estudos revelam que o momento em que as pessoas mais costumam escutar música é no caminho para o trabalho, com a quarentena e a adaptação das pessoas ao home office os plays caíram em milhões para várias plataformas de streaming, e nos Estados Unidos a queda passa de 1 bilhão de plays.

O público atual se mostrou mais nostálgico e tem preferência em ouvir uma música que tenha marcado sua vida do que ouvir um lançamento.

Exemplo disso foi a live do Matheus e Kauan, a dupla tem um grande público no streaming. No entanto, nas lives não tiveram o mesmo alcance. Já César Menotti e Fabiano, ocuparam uma grande audiência. No Spotify eles não ultrapassam de 1 milhão por mês, mas a live chegou a 700 mil simultâneos e 4 milhões ao todo. A explicação disso deve-se a sensação de nostalgia que eles causaram ao cantar seus grandes sucessos e modas sertanejas de muitos anos atrás.

É possível notar também o saudosismo do público na live de Jorge e Mateus, em que a maior parte do repertório tinha canções antigas da dupla a pedido do público.

Nas lives de samba e pagode não é diferente, Dilsinho e Ferrugem atualmente dominam as plataformas de streaming. Porém, nas lives eles chegaram a 400 / 500 mil simultâneos, enquanto, Sorriso Maroto alcançou 1,5 milhão, Raça Negra bateu 1,6 milhão, Thiaguinho a 1 milhão. A live de Belo chegou a quase 10 milhões de visualizações e ganhou mais de 200 mil inscritos em seu canal no Youtube.

Durante a quarentena o consumo de música através do Spotify caiu, e enquanto isso a audiência das Rádios e TVs crescem e as plataformas de streaming em vídeo, como a Netflix e o YouTube estão cada vez maiores.

Por: Ana Bernardes